Olá! Notícias, notícias, nao as há. Continuo sem fazer nada e a ganhar dinheiro. Posso é contar umas pripécias que aconteceram aqui no Carnaval de Leipzig.

Portanto, quem me conhece sabe que eu gosto muito do carnaval. Todo os anos penso (pensava) numa máscara, mais ou menos com um mês de atencedência (sim, nao um ano como no Brasil). E digamos que eram todas muito fixes :). Para mim o Carnaval era mais ou menos isto, quer em aveiro quer na póvoa: pensar na máscara, convencer a malta a vir comigo e preparar uma máscara o que nao era de todo difícil, preparar a máscara, juntar-me na casa de alguém e vestirmo-nos e fatarmo-nos de rir, ir para a rua passear-nos e gozar com as pessoas que nao nos conseguiam reconhecer, tentar reconhecer a malta, fartarmo-nos de rir uns dos outros e beber um pouco de álcool (ah,ah,ah, faz parte das partidas de carnaval). Por fim, lá para as duas da manha quando a malta comeca a morrer de frio, recolher num sitio qql (bar, discoteca, o q houver).

Carnaval em Leipzig.
Resume-se a umas festas privadas, que comecam logo em Janeiro. Há as festas da Uni que sao as mais concorridas e umas depois assim para over 30. O carnaval da Uni é polémico. Uns dizem que é muito fixe os outros que é uma merda. O que eu ouvi dizer e que foi confirmado por todos, é que há uma sala em que os gajos levam as gajam ou vice-versa e perguntam se querem casar. Se a resposta for positiva, dao uma quecazita e depois, em princípio divorciam-se. Se a resposta for negativa, também nao faz mal, és de qualquer forma alpalpado durante a noite toda... No comments. Tirando isso, há ainda o cortejo de Carnaval, que é igual a qualquer outro, só que tem a vantagem de irem dois camioes de cerveja a fazer reclame e a distrubuir cerveja à borlix. Agora, falta-me é a espontaneadade e creatividade. Aquilo de a malta se por a andar pá rua com a selfmade máscara e as pérolas (falsas) da avó e o festido parolo dos 70´s da mae. Assim sem razao nenhuma aparente, sem festa organizada, ou palco com concertos ou sambódramo.
Além disso hoje nao é feriado :( nem ninguém tá de férias nem nada.

Depois do cortejo
Depois do cortejo no domingo e depois de ter bebido uma quantidade razoável de cerveja, tinha que ir, claro, à casinha. O Daniel teve a feliz ideia de irmos a um café que ele uma vez viu assim só de fora, por trás da estacao de comboios e se chama Portugal. Está bem entramos, bebemos um cafe e vamos mudar a água às azeitonas (pensei eu). Ora bem, por trás da estacao nao há NADA. Só uns escritórios, uns prédios fazios a cair aos bocados e outros também a cair aos bocados, mas que nao estao fazios. Nao própriamente o sítio onde eu abriria uma café, mas pronto. O café por fora era bem giro. Era numa esquina tinha muitas janelas e estava de momento a entrar o sol. Logo à entrada parti-me a rir, porque esta estava toda pintada com cavaleiros das cruzadas e da reconquista, assim lá para a época do D. Afonso Henriques. Lá de dentro sai um homem moreno, casaco de cabedal, camisa aberta e cabelo meio ondulado comprido atrás. Pensei: estou no sítio certo. Quando entramos para o café propriamente dito deparo-me com o café cheio. Sim cheio e só de homens e nao olham para nós mas sim pasmam. Para nos podermos sentar tivemos que percorrer o café todo e sentarmo-nos num sofá lá bem ao fundo. Ainda crente perguntei ao homem do balcao, em portugues, onde é a casa de banho. Ele nao percebeu, tive que dizer em Alemao. Ao percorrer o caminho até à casa de banho, que era à beira da entrada, continuavam uma data deles a olhar para mim os outros a jogarem cartas. Quando olho para as paredes deparo-me com posters da Turquia. Mais uma vez percorro o café todo até ir aonde o Daniel estava sentado. Eu só lhe disse: "Nao vás a casa de banhho por favor, nao me deixes aqui sozinha com estes homens todos que nao param de olhar para mim.". Decidimos sentarmo-nos no balcao e pedir um chá de maca. Ao balcao reparamos que por trás há uma sala de máquinas. Na parede tinha escrito Toillete que indicava um sítio diferente da casa se banho aonde eu fui. Era uma seta para baixo que dava a entender que se tinha que descer umas escadas. Quando espreitei, nao haviam escadas, havia um soalho esquesito com um sofá em cima. Da sala das máquinas vem uma homem com um maco de notas. Nao desculpem, aquilo nao era um maco de notas, era um macao. Dá metade ao outro homem e os dois comecam a contar o dinheiro. À minha frente. Depois de acabarem disseram a soma alto, em turco, e trocaram os macos e voltaram a contar. Parece que batia certo. Eu entretanto só fingia que nao via nada, que era para depois eles nao terem que me matar :) É entao que avisto a única mulher e está atrás do balcao. Era loira e tinha olhos azuis. O Daniel tentou meter conversa e dizer na brincadeira que eles deviam pintar a a entrada de fresco :). Mas a mulher era turca e nao percebeu nada. No final perguntamos quanto era e o homem das notas disse que nao era nada. O Daniel, que já teve na Turquia, disse que era normal quando uma pessoa vai a primeira vez a um sítio nao pagar e quando ele lá teve passavam o tempo toda a dar-lhe chá que ele nao tinha de pagar. Para nós ainda foi pior, porque nesse momento é que ficamos mesmo sem fazer o que fazer. Será que devemos ficar mais tempo e consumir mais, que é para pagar o chá. E se pedirmos mais e o homem continuar sem querer cobrar? Achamos que era melhor agradecermos e pormo-nos mas é a mexer. Cada um disse duas vezes muito obrigado e saímos. Claro que a seguir nos desatamos a rir. Se a intencao de nao cobrar nada era de nos fazer voltar mais uma vez, nao resultou.
Se calhar eram só portugueses mascarados de turcos :))))